Um mercado que, para onde se olha, as possibilidades são muitas. E não é difícil entender o motivo. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), apontam que o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais lançam produtos na área e o quarto entre os que mais consomem produtos de beleza no mundo. Além do fato dos brasileiros serem extremamente vaidosos, a diversidade de cabelos e tons de pele coloca o país em uma rota ampla de consumo, o que exige atualizações constantes no segmento de produção.
Após uma forte recuperação desde o auge da pandemia de COVID-19, o mercado de beleza deve continuar crescendo 6% ao ano chegando a um faturamento de U$ 580 bilhões até 2027. O crescimento é o principal motivo para que os olhos de investidores, celebridades e profissionais da área se voltem para o setor de inúmeras possibilidades que está pronto para ser remodelado.
Os consumidores, principalmente os mais jovens, estão de olho no segmento já que eles impulsionam o debate sobre a percepção da beleza e o conceito por trás da palavra. Para os próximos anos, a principal tendência será a “premiumização”, com o crescimento da faixa premium a uma taxa anual de 8% (em comparação com 5% no caso da beleza de massa) até 2027.
As dinâmicas de consumo e produção industrial estão mudando.
Entre os ingredientes para o desenvolvimento do setor, a inovação e a análise do perfil de consumo são fundamentais para a mistura de sucesso. Empresas que querem investir na área e surfar na onda de crescimento precisam considerar pontos importantes para alcançar números expressivos. Por exemplo:
1) o consumo para o bem-estar: o cenário pós-pandemia trouxe à tona um perfil de consumo que vem se fortalecendo, a escolha pelo bem-estar. Artigos inspirados no bem-estar – por exemplo, maquiagem e produtos para a pele com ingredientes probióticos e ayurvédicos, suplementos ingeríveis e dispositivos de beleza como máscaras faciais de LED – já chamaram a atenção dos consumidores que adotam um maior autocuidado e mindfulness (atenção plena) em sua rotina diária;
2) o simples que funciona: a tendência simplicidade sofisticada traz à tona a preferência pela eficácia comprovada em detrimento de embalagens extravagantes ou campanhas de marketing glamourizadas. Os consumidores estão dispostos a pagar valores maiores em produtos com resultados possíveis e visíveis, em vez de favorecer aspectos mais superficiais;
3) sustentabilidade: os consumidores, principalmente os das gerações mais novas, estão preocupados com a preservação do meio ambiente e o uso de ingredientes naturais que não sejam nocivos à saúde, por isso a indústria precisa ter atenção ao desenvolvimento de fórmulas que atendam essas necessidades. O nicho de veganos é uma tendência em alta.
4)beleza IAI: a tendência “belez-IA” indica que os fabricantes podem usar informações fornecidas pelos próprios clientes, como feedbacks nas redes sociais, para identificar lacunas e criar produtos inovadores. Por meio da análise de dados, identificação de padrões e geração de insights, a inteligência artificial ajuda a acelerar o desenvolvimento de novos produtos e a criar meios para acessá-los;
O que esperar para o futuro?
Se o mercado apresenta inúmeras possibilidades de crescimento e está aberto a números expressivos, o momento é de usar a criatividade. Com previsões de crescimento até 2027 quem apostar em inovação, tecnologia, investimentos e em pesquisas de comportamento tende a aproveitar a onda de crescimento e ganhar lucros e reconhecimento.
Com a inserção de novas marcas independentes e de novos produtos, o mercado se tornará ainda mais competitivo e a intensificação da concorrência fará com que as marcas e varejistas estabelecidos mudem. Por outro lado, os consumidores se mostram propensos a fazerem compras em todas as faixas de preço e relatam que tanto as lojas online quanto as físicas influenciam seu comportamento de compra. Ou seja, as possibilidades e oportunidades são muitas.
Texto por: Natália Jael, jornalista com 15 anos de experiência em produção de conteúdos para diversas mídias on e off. Especialista em Marketing Digital e em Neurociência e Comportamento, trabalha atualmente como consultora de comunicação e em treinamentos de comunicação, oratória e media training.